DISROLF - Perturbação Olfativa na Ria Formosa 

Sendo os humanos animais com sistemas sensoriais audiovisuais particularmente desenvolvidos, tendemos a subestimar a importância do olfato e da comunicação química em nós mesmos e nos outros animais. No entanto, os sistemas quimiossensoriais são os mais antigos e os mais difundidos no Reino Animal. Os animais usam o olfato em muitos processos vitais, tais como reprodução, procura de alimento ou fuga aos predadores. Apesar disso, a nossa compreensão sobre o funcionamento e função dos sistemas quimiossensoriais no ambiente marinho é mínima. A ação antropogénica afeta cada vez mais esses sistemas, quer por toxicidade subletal dos órgãos sensoriais (por exemplo, a ação dos metais pesados), quer alterando a biodisponibilidade de odorantes (por exemplo, o efeito da acidificação do oceano). No entanto, a ação antropogénica pode também ter outro efeito, ainda pouco estudado: os produtos químicos de origem humana que entram nas águas costeiras provenientes de estações de tratamento de águas residuais (ETAR), ou de outras fontes como os escoamentos agrícolas e urbanos, podem mimetizar semioquímicos naturais (produtos químicos liberados por organismos que afetam o comportamento e/ou fisiologia de outros organismos), agindo assim como competidores ou “disruptores olfativos”, de forma análoga aos efeitos já bem estabelecidos dos disruptores endócrinos. O objetivo deste projeto é determinar se estas perturbações olfativas, com impactos fisiológicos e ecológicos, podem ocorrer na Ria Formosa, um sistema lagunar natural marinho protegido, no sul de Portugal, com elevada atividade turística, e que recebe elevadas descargas de águas residuais.


Iremos isolar e caracterizar odorantes de origem antropogénica em águas provenientes das ETAR (ETAR Faro/Olhão e ETAR Faro Noroeste, Águas do Algarve) e comparar a sua atividade olfativa com a de semioquímicos naturais utilizados por espécies-chave-sentinela que vivem na Ria Formosa - peixes (xarrocos e douradas), crustáceos (caranguejo-verde) e moluscos bivalves (amêijoa-boa, ostra-do-pacífico). As amostras serão coletadas durante o verão (temporada turística alta) e o inverno (temporada baixa), com o intuito de caracterizar duas épocas de contribuição antropogénica distinta. Este Projeto tem por objetivo primordial avaliar o potencial dos Contaminantes de Interesse Emergente (CIE) na disrupção do olfato, um processo fisiológico de importância ecológica vital nos ambientes marinhos.


O projeto DISROLF (EXPL/BIA-ECO/1161/2021) é coordenado pelos Investigadores Peter Hubbard e Teresa Modesto do Centro de Ciências do Mar e tem a participação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), e a colaboração do Centro de Ciência Viva de Tavira (CCVTav).

 

 

 

MATERIAL EDUCATIVO


                   Palavra proibida - 1º ciclo                                              Palavra proibida - 3º ciclo

        

 

 

  Os animais marinhos cheiram(-se)? - 1º ciclo                 Os peixes cheiram(-se)? - Secundário

               

 

 

 

 ATIVIDADES DE DISSEMINAÇÃO


 i) Palestras

 

   

     (Escola Ciência Viva de Tavira - 17.02.2023)                          (Escola Ciência Viva de Tavira - 16.06.2023)

 

 

ii) Dia Aberto - Universidade do Algarve (18-19.04.2023)


 

 

 

 

 

Promotor:

 

 

 

Financiamento: