Historial do Antigo Convento de Nossa Senhora do Carmo de Tavira
A 22 de Junho de 1737 a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de Tavira solicita aos responsáveis dos Carmelitas Descalços da Província de Portugal a fundação de um convento em Tavira. Aprovada a pretensão, iniciam-se os preparativos para o início da construção conventual destinada aos frades marianos. Em 1745 já as obras decorriam num terreno junto do Alto de São Brás doado pelo capitão António da Costa Paiva. Inexplicavelmente, a sua conclusão arrastou-se por tanto tempo que, aquando da extinção das Ordens Religiosas, em 1834, as obras ainda não estavam concluídas.
A partir de 1870, parte do edifício conventual foi cedido para albergar os serviços do Asilo Distrital da Infância Desvalida, que funcionam até 1942. Extinto o Asilo, a Junta Geral do Distrito cede o edifício à Casa de Pescadores de Tavira, passando a funcionar aí, a partir de 1944, uma Escola de Pesca. Cerca de trinta anos depois, durante um curto período, serve de Escola Preparatória.
Em 1980, a Escola Preparatória é transferida para novas instalações e o antigo convento do Carmo encontra-se devoluto. É então que a Assembleia Distrital de Faro cede o edifício à Câmara de Tavira que, por sua vez, o transmite à Cruz Vermelha Portuguesa, passando aí a funcionar, até aos nossos dias, os serviços desta instituição. Em 2006 a Câmara Municipal de Tavira fez projeto e obra, cedendo o espaço da antiga igreja ao Centro Ciência Viva Tavira.
Em 2000, a igreja do antigo convento do Carmo, é intervencionada. Os trabalhos da empreitada incidem sobre a reorganização espacial e funcional da antiga Escola de Pesca (1944-1980). Em 2002 realizam-se os trabalhos de consolidação da abóbada. Atualmente, esta igreja é o edifício sede do Centro Ciência Viva Tavira, com uma vertente educacional de aplicação prática e experimental em laboratório.
Daniel Santana, 2005
Igreja do antigo convento de Nossa Senhora do Carmo
O convento foi fundado na década de quarenta do século XVIII, no entanto, a sua construção arrastou-se por muitos anos, mesmo apesar da generosidade dos irmãos terceiros que ao lado construíram a sua própria igreja. Só em 1792 se conclui a fachada. Conforme inscrição do pórtico principal. Aquando da extinção das ordens religiosas, em 1834, as obras não estavam concluídas e foram adaptadas a outras funções.
Daniel Santana, in Tavira, Cidade das Igrejas, Câmara Municipal de Tavira, 2010